"Caminho certo para seu crescimento pessoal e profissional"

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É impossível dizer alguém que caminho seguir. Somente você, com tranquilidade e humildade, pode ouvir a pequena voz dentro de você. Aquela "vozinha" sussurra um sonho...o seu sonho. Sucesso e felicidade não são metas distantes de serem capturadas e mantidas. Acontecem enquanto você está se realizando.

(do livro Ah, se eu soubesse... Richard Edler)

 

 

 

 

AVALIAR PARA QUÊ?

 

“ ONDE ESTÁ  A SUA DOR ESTÁ O SEU TRABALHO”(Luckesi)

 

 Princípios da Avaliação

Crença de que um ser humano é um ser em desenvolvimento. Todos nós achamos que um ser humano já nasce pronto. Até o século XIX essa era a crença.

No século XX fala-se então do ser em desenvolvimento. Piaget só fez isso.

É preciso superar certas crenças que estão expressas nos provérbio populares, como por exemplo: “pau que nasce torto morre torto.”.

Avaliar significa acreditar que o ser humano pode mudar, acreditar na construção

 

Para trabalhar com a avaliação é preciso:

Mudar a nossa crença de que a criança vem pronta.

Se a criança demonstra uma atitude que a pessoa não gosta, logo vem a crença de que ela é safada mesmo;

2)   Crer que o ser humano é um ser em desenvolvimento;

3)   Trabalhar com avaliação implica numa postura ética, ou seja, uma disposição ética;

4)   Estar disposto a trabalhar com o outro. Filosofia: “faça o bem, evita o mal.” Em função de que?

5)   Ética da situação: levar em consideração a situação em que estou vivendo.

 

A partir daí aparecem dois caminhos:

1)  1 - O da alteridade, que tem por sua base o outro. Da solidariedade que o educador precisa ter. Ética que baseia no cuidado individual e do outro. A avaliação está na busca do melhor resultado com o outro. Busca da alteridade, conduta solidária com o educando e não uma autoridade que empurra, castiga, dá medo, mas não educa.

 

2)  2- Caminhos que vão além do individualismo:

Ética pré-convencional: ética que a criança tem. “Eu sou o centro do mundo. Só vale aquilo que traz resultado para mim”. Vai até os 7 anos de idade.

Ética dos contratos: “Eu faço a minha parte e você faz a sua.”   O dia que não estiver bom para os dois, volta-se a rever o contrato.

Ética altruística: Ex.Irmã Dulce. Devota a sua vida ao bem comum.

Ética mais comum é a pré-convencional: queremos tudo para mim. Assim funciona desde o processo político; é um toma lá dá cá. Não é ética de gente adulta, mas infantil.

A ética vai evoluindo, da ética egocêntrica para a contratual e para a altuística. Estar a serviço dos nossos alunos.

Ascensão do compromisso de uma ética de solidariedade para com o educando.

 

EXAME  X AVALIAÇÃO:

Exame é:

_ Trabalha só com desempenho final. Só leva em consideração o resultado final, não importa como ele chegou àquele resultado.

_ Todo exame lineariza (simplifica) a realidade. E se o aluno não tiver um compensatório só o aluno é culpado. Esquecemos que o aluno tem emoções e o professor também; que o professor erra, não produz o melhor instrumento de avaliação - a variável pode estar nas condições de produção.

_ Os exames são pontuais. Só vale para aqui e agora. Depois que entregou a prova não tem mais jeito. É como se exame escolar fosse um concurso público.

_ Todo exame é classificatório: aprova, reprova e tem pontos. Até a miss Brasil é classificada.

_ Os exames são seletivos. Alguns incluídos e outros são excluídos. Tem a característica da exclusão (vestibular).

_ Temos o hábito de apostar no fracasso escolar e não no sucesso .

_ Todo exame e antidemocrático.

_ Todo exame é um arbítrio e quem o usa é arbitrário.

 

Avaliação é:

_ Na avaliação trabalha-se com resultados provisórios e sucessivos. Ela vai buscando o ideal que espera (Ex. na cozinha, fazendo spaguetti - vamos sempre experimentando até chegar no ponto ideal). Tudo na vida funciona com resultados provisórios e sucessivos.

_ A avaliação trabalha com complexidade. O resultado pode não depender dos alunos. Pode depender do material usado, da aula dada, do acompanhamento dado e até do clima, do barulho, etc.

_ As condições são um fator importante para melhorar a aprendizagem. É preciso levar em consideração esse conjunto de fatores.

_ A avaliação é não pontual: uma avaliação nunca diz você não sabe. Diz “você ainda não sabe”.

_ Enquanto o exame é classificatório a avaliação é diagnóstica: quais as variáveis, as possibilidades para que esse diagnóstico venha a ser satisfatória. O diagnóstico é  para propor uma solução.

_ Toda avaliação é inclusiva: traz para dentro, é melhoria. Não aprendeu, o que vai ser feito para aprender.

_ Toda avaliação é democrática: procura incluir todos.

_ Toda avaliação é dialógica: de conversa, de parceria, de aliança, de relação.

 

O que praticamos nas escolas:

_ Praticamos exames e chamamos de avaliação e usamos esses recursos de forma autoritária. Mudamos o nome , mas não mudamos a prática.

_ Esse termo “Avaliação” surgiu em 1930 com educador americano Ralf Tailler. Aplica o feedback, diagnostica, verifica se aprendeu. Se não aprendeu diagnostica de novo.

 

Por que resistência:

_ Nós todos somos muito abusados no ato de examinar.

_ O medo de ser avaliado está presente nas mais sutis manifestações.

_ A gente repete com o outro o que funcionou com a gente. Ameaça com prova por causa de indisciplina.

_ Temos dentro de nós a educação do castigo como medida.

_ Repetimos essa prática porque fomos muito marcados historicamente. Não adianta ter culpa.

- Ela deve servir para olhar o passado e adotar outra prática.

- Usamos até hoje muitas práticas de Comênius e não sabemos que estamos praticando ainda. Estamos repetindo tudo igualzinho 400 anos depois. Trabalhar com avaliação é não excluir , é trazer para dentro.

 

Ato de avaliar

v     1º passo: Constatar a realidade - descrever o que está acontecendo.

v     2º passo: Acertar 15 questões em 20  significa o quê. Perguntar sobre o conteúdo que ele errou. O observar as questões que o aluno errou, são essenciais. Não olhar só a quantidade.

v     3º Passo: Tomada de decisão: o que eu faço com essa resposta, como está? O que vou fazer para esse resultado vir a ser satisfatório.

Só se trabalha com avaliação se observar esses três passos.

 

Concluindo:

Avaliação trabalha com a construção, por isso toma decisão.

Ter o coração aberto para acolher aquilo que ocorre.

Crença na concepção humanística (séc. XVI) de que com o conhecimento  o aluno seria capaz de mudar alguma coisa.

Tantos os problemas quanto as soluções são históricos.

Inclusão e diálogo.

Incluir uma terceira possibilidade- a possibilidade do outro. Ex. do pêndulo- olhar de um outro lugar- muda de nível, muda o olhar.

Amorosidade é profundamente diferente de paixão (paixão é loucura, limite entre a insanidade e loucura de Freud). Amorosidade é manso, sereno, é exigente, tem rigor, tem olhar de polaridade- os dois lados: Eu te amo , eu te cuido, eu tenho certa exigência.

 

(Texto organizado pela Profa. Neide Pena Cária, a partir de palestra proferida pelo Prof. Luckesi)

 

  Neide Pena Cária

  Coordenadora Geral do IINAP

 

IINAP - Instituto Integrado Aprendizagem e Pesquisa

E-Mail:  iinap@uol.com.br

Site: www.brazilhost.com.br/iinap